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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Projeto Multiparque vai reinventar Chapecó

A instalação de um novo, moderno, versátil e superequipado parque de exposições e eventos – o Chapecó Multiparque – é a nova bandeira da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC).
A arquiteta e especialista em desenvolvimento regional Márcia Regina Sartori Damo assumiu a nova Diretoria de Projetos Especiais da ACIC – a convite do presidente Maurício Zolet – com a missão de dar consistência a esse objetivo. A ideia surgiu na gestão do empresário João Carlos Stakonski e tornou-se prioridade da entidade.
Márcia Damo, que elaborou os estudos e formatou o projeto, acredita que o Multiparque dinamizará a economia regional. Ela não tem dúvida de que o projeto “reinventará Chapecó, criará novas oportunidades, levantará a autoestima da população e colocará a região num patamar econômico diferenciado estimulando que novos empreendimentos se instalem, diversificando a economia da região”.

Qual sua avaliação em relação à estrutura de eventos de Chapecó? Quais as potencialidades e quais as deficiências?
Márcia Damo - Chapecó possui atualmente dezenas de pequenos e médios espaços e dois grandes complexos para a realização de eventos de maior porte: o Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves, conhecido como Parque da Efapi, e o Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes. Muitos participantes e promotores de eventos queixam-se das limitações destes empreendimentos: as estruturas disponíveis estariam limitando o crescimento dos eventos, especialmente aqueles mais especializados. Prova disto é que grandes feiras setoriais – como a Mercoagro e a Mercomóveis que serão realizadas neste ano – não conseguem crescer mais em número de expositores e, como consequência, em negócios em função da indisponibilidade de espaço físico. Nas últimas três edições da Efapi, o número de expositores continua sendo o mesmo. Estamos estagnados neste setor e há muita demanda para expansão em todas as principais feiras.

Na área automobilística também temos uma estrutura insuficiente?
Márcia Damo - Além dos espaços para feiras e eventos, possuímos um autódromo com uma pista de 3.000 metros sem asfaltamento numa área de mais de 350.000m2, mas que em função de ser pista de terra, sem estrutura adequada, tem feito com que Chapecó não figure dentro das cidades sedes de grandes provas nacionais. É o caso da Stock Car e da Fórmula Truck, apenas para citar duas delas que envolvem mais de 50.000 pessoas e em apenas um final de semana prolongado. Precisamos aproveitar as oportunidades, porque temos localização privilegiada dentro do Mercosul e dos três estados do sul, possuímos o mais importante equipamento de infraestrutura de apoio a este tipo de atividade que é um aeroporto com diversas companhias aéreas operando diariamente, sem esquecer a inequívoca vocação já demonstrada para sediar grandes eventos e negócios. Além disto, nosso setor econômico desperta interesse, seja vinculado à agroindústria, ao setor moveleiro, ao metalmecânico e outros. O que falta é infraestrutura adequada para nos profissionalizarmos.

Além desses, que fatores levam a ACIC a concluir pela necessidade de um novo parque multifuncional de eventos em Chapecó?
Márcia Damo - A ACIC entende que precisa encontrar alternativas paralelas que gerem empregos e renda para Chapecó e região. O turismo de eventos de negócios poderá reinventar a região e ser uma alavanca para nosso crescimento e desenvolvimento, pois, é uma indústria limpa, democrática e envolvente. Segundo a Organização Mundial do Turismo, mais de 50 atividades participam da rede de oportunidades de negócios do trade turístico. A ACIC passou da condição de entidade reivindicatória para entidade propositiva com a participação efetiva na elaboração de um projeto técnico, o qual contempla um amplo diagnóstico do setor em Chapecó e região. A preocupação da ACIC é não perder a oportunidade que o país está vivendo em função de sediar grandes eventos esportivos, razão de o setor encontrar-se bastante aquecido constando da pauta de prioridades governamentais.

Apesar da distância das capitais e da falta de belezas naturais, Chapecó tem vocação para se tornar um grande centro de eventos? Por quê?
Márcia Damo - Hoje o turismo de negócios e eventos pode ser interiorizado, não depende de fatores climáticos ou de férias escolares, de praias ou de montanhas. Chapecó tem vocação e vem demonstrando isto ano após ano. O próprio Centro de Eventos construído causava interrogações quanto à sua efetiva utilização. Hoje, a agenda é enorme. A população chapecoense também aprecia provas de velocidade, basta ver que mesmo sem condições todos os eventos esportivos são extremamente concorridos. Acreditamos que, com o aeroporto em condições e as empresas operando, as distâncias diminuem consideravelmente. Quanto às belezas naturais nós precisamos explorar mais o que possuímos para que o turista se estimule a vir para cá e aumente seu período de permanência na cidade. Por isso, setores público e privado devem caminhar juntos. 

Qual é o conceito-chave que emoldura o projeto Chapecó Multiparque?
Márcia Damo - As palavras-chave são integração, modernidade, futuro e sustentabilidade. O parque está sendo projetado para absorver o que existe de mais contemporâneo no sentido construtivo e de implantação, para que se otimize espaços e se dê condições de uma utilização plena dos espaços por todos.

Quais as etapas já cumpridas e quais as fases previstas para a implementação do projeto?
Márcia Damo - Estamos na fase de estruturação do projeto básico, montagem de processo no sentido de acessar recursos nas esferas federal e estadual e em organismos internacionais, bem como na identificação da área mais adequada para implantação do empreendimento. Paralelamente a isso divulgaremos a proposta no sentido de sensibilizarmos pessoas e instituições para que possam se engajar ao processo.

Poderia descrever sucintamente o projeto, área, estruturas, equipamentos e demais recursos que o futuro Chapecó Multiparque oferecerá ao público e aos promotores de eventos?
Márcia Damo - A área total necessária para a execução deste empreendimento é de aproximadamente 1,5 milhão de metros quadrados. Nesse local, além da disponibilização de uma área para locação do condomínio tecnológico do oeste (Deatec), prevemos espaços para os seguintes equipamentos: hotel executivo, restaurantes, parque público de lazer, pista de automobilismo, kartódromo, velódromo, motovelocidade com a estrutura complementar de arquibancadas, paddock, boxes, administração, torre de controle etc. Construção de quatro pavilhões em sistema modulado, interligados, com área individual de 12.000m2 para utilização em eventos, feiras, atividades esportivas, shows, simpósios, seminários, conferências, etc. Estrutura total para shows, áreas de estar para público, área para exposição e comercialização de animais com toda estrutura necessária de apoio, heliporto, terminal de ônibus, estacionamento para ônibus, motos e carros (4500) e parque de diversões.

Qual é o montante do investimento necessário e de onde sairão esses recursos?
Márcia Damo - Os investimentos necessários dependerão do valor da área que for adquirida para darmos encaminhamento aos projetos executivos. Acredito que em torno de 40 milhões de dólares serão necessários para a concretização do Parque, que poderá ser feito em etapas e com a participação pública e privada.

Quem pode participar desse projeto – empreendedores, empresas, poder público, pessoas físicas etc.?
Márcia Damo - O modelo que propomos é a constituição de uma PPP, parceria público-privada, tanto para a execução do empreendimento como para sua gestão. O plano de negócios que está em vias de contratação pela ACIC nos apontará os melhores caminhos neste sentido.

A viabilidade econômica desse empreendimento está fulcrada na realização de feiras econômicas e, também, de eventos de natureza esportiva, cultural etc.?
Márcia Damo - O plano de negócios nos dará subsídios mais concretos neste sentido. Serão fontes de renda as feiras, os eventos realizados nas pistas de automobilismo, velódromo, kartódromo, motovelocidade, a própria locação da pista para instrutores, eventos de empresas concessionárias, renda com o estacionamento para 4500 vagas, o hotel, restaurante a ser privatizado. Precisamos pensar no que este equipamento trará de benefícios para a cidade de Chapecó e para toda região seja em termos da maior taxa de ocupação de hotéis, restaurantes, empresas de serviços de táxis, agências de viagens, empresas prestadoras de serviços nos mais diversos ramos de negócios entre outros. A dinamização econômica regional é o grande foco do projeto.

A cobrança de custos reais aos promotores de eventos, hoje acostumados com a cessão gratuita do Parque da Efapi, pode se constituir em um óbice ao novo projeto?
Márcia Damo - No primeiro momento talvez haja uma reação neste sentido, mas a profissionalização e a especialização necessárias apontam para outras soluções que sejam sustentáveis. Este setor se modernizou, os participantes estão mais exigentes e para isto é necessário investimentos. Em se mantendo a estrutura atual, além de não avançarmos no setor, não acredito que a Prefeitura manterá ainda cessão gratuita por muito tempo pelos altos custos envolvidos na manutenção especialmente do parque Tancredo Neves.


Postado por Matheus,
Horário: 22:40,
Data: 29/06/12.

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