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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Brasil deve controlar importações excessivas de leite

Em 2012, ingressaram no Brasil 1,4 bilhão de litros com evasão de US$ 690 milhões de dólares, 13% a mais que 2011.


O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, considera absurda a importação nacional de lácteos – incluídos leite em pó, longa vida, queijo e manteiga – diante da produção brasileira que, ano passado, atingiu o recorde de 32,5 bilhões de litros. Nesse aspecto, o dirigente apoia a decisão governamental de renovar, por mais cinco anos, o direito antidumping para compras de leite em pó (integral ou desnatado) da União Europeia e Nova Zelândia, decisão tomada nesta semana pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). 
Zordan também avalia como coerente e necessária para produtores e indústrias, a prorrogação da Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de lácteos até o fim de 2014, com 28% para o integral e desnatado, além de onze derivados. A medida foi autorizada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Realça que, em 2012, ingressaram no Brasil 1,4 bilhão de litros com evasão de US$ 690 milhões de dólares, 13% a mais que 2011. A maior parte é do Uruguai e da Argentina, parceiros do Mercosul que não aceitam a fixação de cotas. “Embora o consumo nacional tenha aumentado para quase 34 bilhões de litros neste ano, o Brasil não pode importar de forma massiva, excessiva e sem controle nem compensações ao produtor brasileiro”, expõe. Somente do Uruguai, elas somaram US$ 220 milhões de dólares, com crescimento de 50% em relação ao ano anterior.
O presidente da Ocesc observa que os valores pagos ao produtor brasileiro são semelhantes ao do Uruguai, mas, no Brasil, os custos subiram muito – mais de 20% – em razão da disparada do milho e farelo de soja, componentes da ração animal. Ele explica que são esses os fatores que deixam o produto importado mais barato. Zordan indica que a saída está na defesa política do setor, de um lado, e na redução de custos e no aumento de produtividade, de outro.
Comenta que, como dirigente industrial (da Coopercentral Aurora Alimentos), poderia concordar com as importações, “muitas vezes sem limites, como algumas empresas fazem para ter na gôndola um produto com  maior lucratividade em detrimento da situação do produtor rural. Porém, fiel à filosofia do cooperativismo, preferimos sempre proteger o produtor, é claro, sem onerar o consumidor.”

PUNIÇÃO

A Camex manteve as alíquotas em 3,9% para as importações de produto da Nova Zelândia e 14,8% para as compras da União Europeia. No final da década de 90, o MIDC investigou a Ação de dumping, que resultou em 2001 nas tarifas antidumping. Em 2007, essa política foi renovada por mais cinco anos e, a partir de 2013, pelo mesmo período. Durante o atual processo de revisão, o Departamento de Defesa Comercial (Decom), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do MIDC, concluiu que a extinção dos direitos levaria à continuação ou retomada e ao dano à indústria brasileira. 


Postado por Matheus,
Horário: 20:26,
Data: 09/02/13,
Fonte: MB Comunicação.

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