A criação da Secretaria Nacional do
Cooperativismo em 2012, anunciada pelo ministro Mendes Ribeiro Filho, da
Agricultura, pode transformar-se em um grande instrumento de fortalecimento e
expansão desse importante setor da economia brasileira – se estiver diretamente
ligada ao Palácio do Planalto. A opinião é do presidente da Organização das
Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan.
A Secretaria é uma promessa do governo
federal e deve ser implantada ainda em 2012, eleito pela Organização das Nações
Unidas (ONU) como o ano internacional do cooperativismo.
Na forma como foi anunciado, o novo
órgão fará parte da estrutura do Ministério da Agricultura. O presidente da
Ocesc, porém, entende que a futura Secretaria devia estar vinculada diretamente
à Presidência da República em face de sua natureza multissetorial.
Zordan justifica que as cooperativas
agropecuárias constituem o ramo mais expressivo, mas o cooperativismo está
organizado em treze ramos, a maioria deles urbanos, como o crédito, saúde,
educação, transporte, habitação etc. O segmento era historicamente agrícola,
mas atualmente está presente em todas as áreas da economia. Por isso, a
vinculação da nova Secretaria ao Ministério da Agricultura pode não ser a
melhor opção.
“Vinculado à Presidência, as ações de
apoio serão mais efetivas”, realça o dirigente. Entre as atividades previstas
situam-se a captação de recursos destinados ao setor e o incentivo aos Estados
para que participem do desenvolvimento das cooperativas.
O Brasil tem 6,5 mil cooperativas que
congregam 9 milhões de famílias e geram renda – 100 bilhões de reais ao ano –
para todos os elos da cadeia produtiva.
A intenção de alojar a futura
Secretaria na pasta da Agricultura decorre do poder das cooperativas
agropecuárias: de acordo com o Ministério da Agricultura, cerca de 50% de tudo o
que é produzido no Brasil passa direta ou indiretamente por uma cooperativa
agropecuária. Além do papel determinante no abastecimento interno, os produtos
cooperativistas registraram uma receita de 6 bilhões de dólares em exportações.
Hoje, as 1.548 cooperativas que atuam
no campo reúnem praticamente um milhão de famílias associadas, o que representa
três milhões de pessoas. A maioria desses cooperados - 92% no total - é de
produtores rurais de pequeno porte, que têm propriedades de até 100 hectares.
SOCIEDADE DE PESSOAS
Zordan acrescenta que elas desenvolvem
um trabalho constante na educação, formação e informação do patrimônio, que,
por não se tratar de sociedade de capitais, são as pessoas. “O trabalho
exemplar das cooperativas com as pessoas, num futuro bem próximo, dará outra
cara ao nosso País”.
Postado por Matheus,
Horário: 00:39,
Data: 21/01/12,
Fonte: MB Comunicação.
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