A tendinite calcária do ombro é uma
patologia comum, caracterizada pela formação de depósitos de cálcio dentro dos
tendões sadios do manguito rotador. É explicada por várias teorias que determinam
as causas, porém, a mais aceita está relacionada à presença de uma menor
vascularização tendinosa, o que altera o metabolismo tecidual e,
consequentemente leva ao depósito de cálcio.
O médico ortopedista e traumatologista,
Joaquim Reichmann, da Reichmann Ortopedia de Chapecó, especializada em
ortopedia e traumatologia, videoartroscopia do ombro e joelho, destaca que a
doença predomina em mulheres de 30 a 50 anos. O lado direito é o mais atingido,
no entanto, em 25 % dos casos a patologia atinge os dois lados do ombro. O
principal sintoma é a dor, que pode variar de leve a intensa, podendo ser
crônica ou aguda. “Não há relação entre o tamanho da calcificação e a
intensidade dos sintomas, mas quando uma crise acontece, a pessoa pode perder
os movimentos”, alerta.
A crise se manifesta quando o organismo
“reconhece” a calcificação e tenta reabsorvê-la, causando tendinite e bursite
por irritação química. Nesta fase, que pode durar dias ou semanas, a dor
costuma ser intensa e só acaba quando o organismo “desiste” de tentar
reabsorver a calcificação. Muitas vezes, a calcificação não é totalmente
reabsorvida, fazendo com que o paciente fique sujeito a novas crises.
É comum o relato de pacientes que
revelam sentir dor e limitação funcional há mais de 2 anos. O que leva ao
desenvolvimento de atrofias, contraturas musculares e vícios posturais, que
podem causar o desenvolvimento da síndrome do impacto (tendinite e bursite por
compressão mecânica).
TRATAMENTO
O tratamento inicial é feito através de
medicamentos e fisioterapia. Quando os sintomas são crônicos ou o tratamento
clínico não é efetivo, é indicada a cirurgia por videoartroscopia. Segundo
Reichmann, a videoartroscopia é uma técnica cirúrgica menos invasiva, o que
proporciona menor agressão no local. Outras vantagens estão relacionadas à
internação hospitalar de no máximo 24 horas, dores de intensidade menor, além
de início precoce da fisioterapia e retorno mais rápido às atividades diárias.
A técnica de videoartroscopia tem baixo
índice de complicações e permite que o cirurgião visualize todas as estruturas
do ombro de forma ampliada. As estruturas consideradas normais podem ser
avaliadas por mais de um ângulo para confirmar se estão realmente normais e
caso seja visualizada alguma outra alteração, é possível tratá-la na mesma
cirurgia.
Postado por Matheus,
Horário: 00:44,
Data: 20/12/11,
Fonte: MB Comunicação.