É possível inovar e ser um empresário
no campo com incentivo e apoio. O produtor rural pode ter visão empreendedora e
fazer a diferença. Um bom exemplo vem do município de São José, no litoral de
Santa Catarina. Um produtor não só teve uma boa ideia como foi atrás e
desenvolveu o projeto: criou um anel que é colocado no brinco de identificação
dos animais para evitar a ocorrência de infecções. Com o apoio do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC), órgão vinculado à Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC), patenteou o produto e pensa em
comercializá-lo.
Oscar Nazareno de Sousa é pecuarista e
técnico em reprodução animal e possui uma propriedade em Forquilhinhas, São
José. Ao analisar que era comum a ocorrência de infecções nas orelhas dos
animais após a colocação do brinco de identificação, começou a pensar em produtos
que evitassem as doenças, mas que fossem diferenciados dos existentes.
Em 2011, quando participou do Programa
Empreendedor Rural (PER) do Senar/SC em Angelina, o produtor manifestou
interesse do projeto e recebeu o apoio dos instrutores da entidade e do
Sindicato Rural de São José para desenvolver a pesquisa. A experiência iniciou
com 150 bovinos e deu certo. Em outubro, Sousa encaminhou o processo para
patentear o produto, registrado como “Anel repelente e cicatrizante para
identificação animal”, para ser usado em bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e
suínos.
Hoje, o produto serve como base de
pesquisa em búfalos, na região de Dourados (SP), coordenada pelo Centro de
Pesquisa do Agronegócio da Universidade de São Paulo (USP). “É muito
gratificante ver um projeto se desenvolvendo e, ainda mais, por ser um produto
benéfico para milhares de produtores que enfrentam esse problema com os
animais”, salienta o produtor.
Sousa comenta que geralmente os
produtores aplicam o brinco e deixam o animal ir ao campo. Quando percebem, as
infecções tomaram conta da orelha do animal. O anel contém um anti-inflamatório
que evita a ocorrência de doenças. Além disso, o repelente mata as larvas que
são deixadas pelas moscas no local, impedindo a presença de miíase – mais conhecida
como bicheira. “Os medicamentos atuam cerca de 35 dias no local, prazo superior
as duas semanas consideradas críticas para o surgimento de doenças após a perfuração
para o uso do brinco”, explica.
O laudo científico que comprova os
resultados sairá nos próximos dias. O passo seguinte, de acordo com o produtor,
é buscar incentivos para comercializar o produto. “Já recebi proposta para
vender o projeto ou então negociar e receber os royalties mensalmente. Mas há
também a possibilidade de investir na comercialização, se conseguir apoio”,
enfatiza.
Na avaliação do produtor, o apoio do
Senar/SC foi fundamental para o desenvolvimento do projeto. “A participação no
PER me fez ver que é possível gerenciar a propriedade, agregando valor ao nosso
trabalho. Também nos proporcionou visão de gestão e empreendedorismo,
essenciais para crescer e permanecer no campo”, conclui.
PER
O Programa Empreendedor Rural é
oferecido gratuitamente pelo Senar/SC, tem duração de 136 horas e visa
transformar o produtor rural em empreendedor, desenvolver competências
inovadoras e preparar líderes para ações sociais, políticas e econômicas
sustentáveis no agronegócio brasileiro. “É uma forma de preparar os produtores
para enfrentar o mercado cada vez mais exigente. Ter resultados de projetos
como esse desenvolvido em São José nos motiva a investir cada vez mais em
qualificação no campo. Dessa forma o Senar/SC e a Faesc fortalecem o meio
rural, além de elevar a qualidade de vida das famílias rurais catarinenses”,
avalia o superintendente do Senar/SC, Gilmar Zanluchi.
Postado por Matheus,
Horário: 01:11,
Data: 27/01/12,
Fonte: MB Comunicação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário