A chefe de fiscalização do trabalho da
Secretaria Nacional de Inspeção (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), pediu exoneração. A auditora fiscal Vera Lúcia Albuquerque não suportou
a pressão exercida por setores específicos e decidiu se afastar do cargo. A
presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do
Mobiliário de Chapecó - Siticom Izelda Oro, considerou a saída “uma irreparável
perda”.
A auditora era a aliada que o movimento
sindical perde “pela ganância do capital e condenável posição de Ministério”. A
queda foi consequência do “cabresto político” utilizado. A sindicalista mostra
que Vera Lúcia era frontalmente contra as tentativas de defensa única do
empregador “a qualquer preço” e da interferência de terceiros em questões
técnicas do Ministério.
A SIF é responsável pela verificação e
cumprimento da legislação trabalhista em todo o país e tem, entre outras
atribuições, a responsabilidade de fiscalizar denúncias de mão de obra escrava,
trabalho infantil e fraudes no FGTS. Ao regionalizar o tema, Izelda disse que
aqui também existem empresários com o mesmo comportamento, “defendendo
exclusivamente seus interesses, sem se importarem minimamente com os
empregados”.
Oro mostra que “é visto com muita
apreensão” as tentativas de colocar cabresto político na inspeção do trabalho
com seu consequente desrespeito e de partidarizar a fiscalização. Ocorrendo
isso inspeção sofreria um baque de enfraquecimento “o que não é nada
bom”.
Submissão
Agora reina expectativa sobre quem
assumirá a função e qual posição o futuro chefe vai defender. No entanto, mesmo
antes da escolha, a dirigente sindical pensa que sobre o novo titular já recai
dúvida por que teoricamente teria que exercer a atividade “conforme
determinações superiores”.
Para ter domínio político no setor o
cargo poderia, por exemplo, ser ocupado por alguém que não tenha conhecimento
sobre o assunto. Surge, assim, o questionamento sobre qual seria o real
interesse de colocar pessoas que não dominam a legislação, normas e instruções
para a função. Há séria preocupação com o risco de possíveis mudanças na política
do Ministério do Trabalho.
Postado por Matheus,
Horário: 18:49,
Data: 16/10/12.
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