A Região
Oeste Catarinense é o espaço constituído pelo território do primitivo Município
de Chapecó. Se, administrativamente, havia ali uma região, isto não ocorria sob
o ponto de vista geográfico, pois o recenseamento de 1920 encontrou, naquela
área, a população de 11.315 habitantes.
“Chapecó, no princípio do século, não era um espaço vivido, pois
não possuía contingente humano para a vida regional.” (Peluso, 1892,). Numa
retrospectiva histórica, desde os tempos do Brasil-Colônia, a região oestina
foi objeto de questões de domínio de sua área: Questão de Missiones ou Questão
de Palmas e Questão de Limites (Contestado) entre SC e PR, dificultando
grandemente o processo efetivo de povoamento.
Os primeiros momentos referentes ao povoamento regional estão
ligados aos paulistas em sua marcha rumo ao sul do Brasil.
A criação do Município de Chapecó, em 25 de agosto de 1917,
representou para a região oestina: a) a definição da região como parte
integrante do contexto catarinense - nova unidade político-administrativa; b) a
necessidade urgente de uma ação de colonização para a região por parte das
autoridades constituídas em nível local e estadual; c) a transferência da
colonização para a iniciativa particular. Assim, a colonização da região
inicia-se com as primeiras manifestações no sentido de a região receber ações e
empreendimentos das Companhias de Colonização, através da venda e/ou doações de
terras por parte do governo.
As Companhias Colonizadoras chegam à região oestina instalando-se
com capital próprio. O governo de Santa Catarina participava concedendo alguns
incentivos para a iniciativa empresarial colonizadora – pela necessidade
premente de ocupação da região. Inaugura-se assim a colonização sistemática da
região. Dentre as Companhias de Colonização que atuaram na região do Município
de Chapecó, a partir de sua criação, destacam-se a Empresa Colonizadora fundada
por Ernesto Francisco Bertaso e os irmãos Agilberto Atílio e Manoel dos Passos
Maia em 1918 e que se instalou no antigo povoado de Passo dos Índios (atual
cidade de Chapecó) com um escritório.
Em 1923 houve a dissolução da sociedade, passando todo o ativo e passivo
para Ernesto Bertaso e seus descendentes. Esta colonizadora tornou-se
proprietária de vasta área e responsável por qualquer iniciativa comercial e
colonizadora dentro de seu patrimônio que atingiu a casa de 2.249.259.441m². A
área inicial, sob a jurisdição da colonizadora Bertaso, abrangia as fazendas:
a) Campina do Gregório, com 15.000 mil alqueires, ou seja, 509.234.874m²,
adquirida por compra em 1918 dos herdeiros da Baronesa de Limeira (SP). b)
Fazendas Rodeio Bonito e Chapecó, totalizando 100.000 mil hectares, por
concessão do Governo do Estado de Santa Catarina, cujo contrato de 26 de junho
de 1920. Respectivamente, a área das fazendas era de: 288.202.080m² e
538.186.742m².
Bertaso, mesmo não tendo sido o fundador de algumas povoações no
Oeste catarinense, foi inegavelmente um dos principais elementos responsáveis
pelo crescimento e expansão das mesmas. A empresa por ele dirigida deixou como
marco os traçados da atual cidade de Chapecó e dos povoados de então, Coronel
Freitas (hoje município), Fernando Machado (hoje distrito de Cordilheira Alta),
Simões Lopes (hoje distrito de Coronel Freitas) e Quilombo (município). A
empresa Colonizadora Bertaso construiu estradas e estabeleceu nas terras
milhares de colonos procedentes de lugares diversos das antigas colônias do Rio
Grande do Sul. Paulatinamente, a incorporação da região ia acontecendo. A
atividade econômica do extrativismo, com a consequente venda da produção aos
países do Prata, através do sistema de balsas, tomou conta. Graças à
fertilidade de seu solo, num curto espaço de tempo a região oestina inseriu-se
em um processo amplo de expansão econômica e colonial do Sul do país. Postado por Matheus,
Horário: 00:39,
Data: 22/02/12,
Fonte: Prefeitura Municipal de Chapecó.
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