O Conselho Paritário de Produtores e
Indústrias de Leite (Conseleite) projetou em 64 centavos o valor de referência
para pagamento aos produtores rurais pelo litro de leite-padrão produzido em
Santa Catarina, mas, na prática, o mercado continua pagando bem mais. O preço
pago aos criadores na compra de leite cru pelas indústrias continua na faixa de
R$ 0,86 (oitenta e seis centavos) por litro e mantém a escalada de recuperação
iniciada em 2011.
Reunido na última semana em Campos
Novos, o Conseleite projetou em R$ 0,7454 o leite acima do padrão, em R$ 0,5893
o leite abaixo do padrão e em R$ 0,6482 o leite padrão. Essas projeções são
inferiores em um centavo ao mês de dezembro e serão confirmadas ou reajustadas
na próxima reunião mensal do Conseleite, ocasião em que serão anunciados os
números definitivos de janeiro e a projeção dos valores para fevereiro.
O vice-presidente do Conseleite e
vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc),
Nelton Rogério de Souza, explicou que os números definidos pelo conselho
refletem uma situação mercadológica: o consumo cai em janeiro e fevereiro em
razão das férias escolares e da paralisação do serviço de merenda escolar. O
mercado se retrai em razão do calor e do alto consumo de outras bebidas.
O diretor de agropecuária da
Coopercentral Aurora e presidente da Organização das Cooperativas do Estado de
Santa Catarina (Ocesc), Marcos Antonio Zordan, confirma que as condições do
mercado recomendariam uma redução nos preços. Os laticínios, porém, estão
pagando valores acima dos preços de referência para manter a cadeia produtiva
organizada e a produtividade elevada da pecuária leiteira.
Desde o início da entressafra, em abril
do ano passado, os produtores melhoraram o nível de remuneração. Em alguns momentos
o preço esteve em um real o litro. A entressafra acabou e os preços continuaram
em alta. Os bons produtores – aqueles que têm qualidade e volume elevado –
estão recebendo bons preços.
“Essa escalada de recuperação de preços
devolveu a lucratividade à atividade leiteira na hora certa, porque os custos
de produção em 2011 cresceram, especialmente os preços do milho e da soja,
principais insumos da ração animal”, explica Nelton.
QUADRO
O leite é uma riqueza econômica e
nutricional em Santa Catarina. Sexto produtor nacional, o Estado gera 1,9
bilhão de litros/ano. Praticamente todos os 190.000 estabelecimentos
agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e
contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 60%
da produção com cerca de 50.000 estabelecimentos rurais.
Nelton Rogério de Souza, vice-presidente da Faesc e do Conseleite.
Postado por Matheus,
Horário: 01:14,
Data: 24/01/12,
Fonte: MB Comunicação.
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