Considerado uma liderança emergente em
Chapecó, o recém-eleito Empresário do Ano 2011 pela Associação Comercial e
Industrial de Chapecó (ACIC), Nelson Eiji Akimoto, tem uma vocação que o
capacitou ao sucesso: amor à família, ao trabalho e ao estudo.
Graduado em engenharia elétrica pela
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da Unesp e pós-graduado em
desenvolvimento gerencial pela Unochapecó, Akimoto tem 47 anos de idade. Nasceu
em Novo Horizonte (SP). É filho de Eiti Akimoto, de nacionalidade japonesa que
chegou ao Brasil aos nove anos, e Mitsuko Sato Akimoto, natural de Guararapes,
interior de São Paulo. É casado com Édina T. Jahn Akimoto, com quem teve dois
filhos: Thales Akimoto (18 anos, cursando engenharia elétrica) e Amanda Akimoto
(12 anos).
Akimoto iniciou a carreira profissional
como engenheiro eletricista na empresa Tecmon Engenharia e Comércio Ltda, de
São Paulo, em 1988. Após processo seletivo, transferiu-se para Chapecó para
atuar no departamento técnico-operacional da Sadia Concórdia S.A., em agosto de
1988. Em 1992, juntamente com o colega e amigo Mauro Tiecher, criou a NORD
Tecnologia em Eletrônica Ltda, que mais tarde se transformou na NORD Automação
Industrial S.A., e hoje NORD Electric S.A.
Como o Sr. iniciou sua vida empresarial?
Iniciei minha vida empresarial construindo uma base forte. Trouxe bons
exemplos da família, graduei-me em Engenharia Elétrica, trabalhei cinco anos na
Sadia, em Chapecó, onde aprendi muito. Fiz uma pós-graduação na área de
Desenvolvimento Gerencial, e durante três anos, enquanto trabalhava ainda na
Sadia, planejei com o meu amigo Mauro Tiecher a criação de nossa primeira
empresa: a NORD, que iniciou na garagem da minha casa.
Quais eram os principais desafios, na época?
Os mesmos de hoje: sobreviver com dignidade. Tivemos que nos multiplicar
nas atividades, trabalhar e trabalhar, pois éramos em poucos e desde o início
tínhamos concorrentes fortes, mas que pela nossa qualidade, integridade e
competência técnica conquistamos grandes clientes que nos oportunizaram mostrar
nosso trabalho. O cenário econômico tinha suas diferenças comparando com os
dias de hoje, pois a inflação passava de 30% ao mês, o “over night” com
rendimento diário, e uma grande instabilidade financeira. Os nossos orçamentos
tinham validade de no máximo cinco dias, e se passasse deste prazo ficávamos
torcendo para o cliente não nos ligar.
O que, basicamente, determinou o sucesso de sua empresa?
Muito trabalho, a equipe de colaboradores, os princípios dos dirigentes
e os valores compartilhados, atenção aos funcionários e a formação técnica.
Além disso, a conquista de clientes e a sua fidelização, a vanguarda
tecnológica, a busca de novos conhecimentos, a participação comunitária e em
entidades empresariais e bons produtos e serviços. Foi necessário aprender a
dar um passo para traz e também a se levantar e criar estímulos para buscar os
nossos sonhos.
O ambiente empresarial está mais hostil hoje do que quando o Sr. criou
sua empresa? Por quê?
No início, sempre o ambiente empresarial é mais hostil para quem está
começando um negócio. Você chega em um ambiente onde existem outras empresas
consolidadas e é encarado como um aventureiro, que vem para atrapalhar. Por
isso é que devemos estar preparados com estratégias empresariais para poder
diferenciar os nossos serviços e produtos, quando possível. Uma boa estratégia
é procurar estar na vanguarda, pois quando a concorrência chegar com uma cópia
você terá uma nova versão que o diferenciará no mercado. Procuro adotar esta
estratégia em alguns trabalhos que realizo e desta forma a principal
concorrente da NORD Electric é ela mesma.
Em seu discurso, o Sr. falou na responsabilidade social e ambiental do
empresário e da ética nas relações econômicas. Esses valores são essenciais
para o sucesso do empresário brasileiro?
Com certeza! O sucesso do empresário está no crescimento de seu negócio,
e o desenvolvimento precisa ser sustentável. A sustentabilidade empresarial
garante o sucesso do negócio a longo prazo, colabora com um meio ambiente
saudável e com o desenvolvimento econômico e social da comunidade, mas tem que
sair do discurso e ir para a aplicação, pois sustentabilidade não é moda. A
ética deve estar presente nas relações econômicas, embasada em valores morais.
Dizemos com muita honra que na NORD Electric “não fazemos qualquer negócio”.
O Sr. notabilizou-se como empresário de formação humanista, de práticas
ambientais que revelam preocupação com o planeta e envolvimento em instituições
preocupadas com a sociedade. Essa conduta resulta de formação familiar ou
representa um modelo pessoal de gestão?
Somos a soma de vários seres. Vamos evoluindo com os conhecimentos e
conceitos nesta vida e, por isso, os valores familiares são a base para a nossa
formação. Depois a escola, as amizades, a faculdade, o casamento, os filhos, a
empresa. Há mais de 22 anos, ao chegar em Chapecó, aproveitei uma grande
oportunidade quando aceitei um convite para conhecer a Logosofia, ciência
criado pelo pensador e humanista Gonzalez Pecotche. Estudo até os dias de hoje
na Fundação Logosófica. Grande parte de minha trajetória empresarial foi
construída sobre os conhecimentos e conceitos desta ciência.
O que representa para o senhor ter sido escolhido o Empresário do Ano de
2011?
É uma grande honra ter sido escolhido o Empresário do Ano de 2011. Mesmo
no ano passado, quando estive na lista tríplice, já tinha sido uma grande honra
e um reconhecimento pelo trabalho que desenvolvemos nas diversas áreas que
atuamos, seja na profissional, familiar, social, comunitária, universitária,
esportiva e cultural. Pelo processo que é conduzido a votação pela ACIC, estar
na lista tríplice como estiveram meus amigos José Tessari e Nelson Giacomelli é
um grande reconhecimento da classe empresarial de Chapecó com seus mais de
1.000 associados.
Que conselho o senhor daria para um empresário que está iniciando seu
negócio?
Pense que o maior trabalho que você tem que empreender é a sua vida, e
que o seu negócio, a sua empresa, é parte da sua vida, mas não é a sua vida.
Forme uma base forte, busque muita informação e conhecimento sobre o seu negócio,
constitua uma reserva econômica até o seu empreendimento ser viável
economicamente, e que o desenvolvimento sustentável seja a palavra de ordem.
Caminhe pelos trilhos dos valores morais e éticos e seja muito feliz no que
você faz.
Como os empresários devem se preparar para enfrentar as atuais
incertezas da globalização econômica?
Capacitando-se com a busca de conhecimentos e criando diferenciais para
enfrentar as concorrências nacionais, internacionais e suas próprias
limitações.
Na sua opinião, quais os principais desafios ao desenvolvimento
econômico de Chapecó?
Na minha visão os principais desafios econômicos de Chapecó são:
Consolidar o município como Capital Nacional de Eventos Empresariais; melhorar
a estrutura do terminal de passageiros e de carga no aeroporto e ampliar a
logística do transporte, com redução de custos (ferrovia e duplicação da
BR-282); melhorar a mobilidade urbana; aproveitar as potencialidades das
universidades e criar demandas de pesquisa para melhorar os negócios de nossa
região e criar produtos de alto valor agregado; aproximar os
empresários/empreendedores desses polos de formação e promover o conceito de
desenvolvimento sustentável, orientando empresas que se instalarão em nossa
cidade, assim como orientar e incentivar as empresas instaladas a se engajar em
um processo de sustentabilidade empresarial.
Postado por Matheus,
Horário: 23:32,
Data: 15/12/11,
Fonte: MB Comunicação.
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