A data de 28 de setembro, nesta
sexta-feira, é o Dia de Luta pela descriminalização do aborto na América
Latina. O tema é controverso, delicado e até um tabu, “mas precisa ser debatido
abertamente”. É o que pensa a presidente do Conselho Municipal de Direitos da
Mulher Izelda Oro. É considerado como grave problema de saúde pública. Provoca
complicações à saúde e sua clandestinidade é responsável por 11% das mortes por
tal ação que poderiam ser evitadas.
Também presidente do Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó -
Siticom, Izelda diz que não se trata de tomar posição favorável ou contrária.
“Precisamos sim, discutir o assunto desprovido de qualquer julgamento”. Destaca
ser preciso entender o motivo das discussões que estão sendo realizadas em todo
o país. O tema se constitui em “dura realidade social” admite a sindicalista,
para acrescentar que “exige profundo debate para a formação de
consciências”.
Especialistas entendem que a atenção
necessária ao setor somente será possibilitada com ampla legalidade do aborto.
Hoje o procedimento é permitido apenas quando a gravidez resulta de estupro,
constitui ameaça à vida da mulher ou nos casos de anencefalia. Mostram ainda
que como a grande maioria é realizada de forma clandestina, precária, arriscada
e insegura, hospitalizações desnecessárias são feitas, gerando grande problema
para a saúde pública no país.
Refletir é
preciso
O Departamento da Mulher do Siticom, em
todos os eventos que promove com as mulheres associadas, procura orientar e
motiva à reflexão junto às trabalhadoras e toda sociedade “sem induzir
ninguém”. Estatísticas mostram que a nível nacional, uma em cada sete mulheres
já interrompeu uma gestação. O pico de incidência acontece em gestantes com
idade entre 20 e 24 anos.
No entanto, ainda de acordo com as
pesquisas, os abortos são praticados por mulheres que, em sua maioria são
casadas e mães de família. Não desejam aumentar o número de filhos em função de
gravidezes indesejadas. Garantem os profissionais especializados que a
legalização é uma pauta para a democracia social. Além de ser um direito sexual
e reprodutivo universal, a ilegalidade recai de forma injusta e desumana sobre
as mulheres mais pobres, com menos recursos para realizar a interrupção de sua
gravidez indesejada.
O Uruguai deve se tornar o primeiro
país sul-americano a descriminalizar o aborto. A Câmara dos Deputados aprovou o
projeto na terça-feira (25). Agora segue ao Senado e depois a sanção
presidencial. Os uruguaios consideram a lei virtualmente aprovada por existir
certo consenso sobre o projeto.
Postado por Matheus,
Horário: 18:30,
Data: 27/09/12.
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