A insuficiência de armazéns é um problema
crônico que se manifesta a cada nova safra agrícola no território catarinense.
A Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) estima que a
atual capacidade estática de armazenagem seja de quatro milhões de toneladas
para uma safra de 6,5 milhões de toneladas.
O presidente José Zeferino Pedrozo
considera urgente estimular concretamente a ampliação da rede de armazéns
através de linhas específicas de crédito para construção, compra de
equipamentos e reforma de unidades existentes, além de incentivar a armazenagem
na propriedade. A Faesc já reivindicou a abertura de uma linha de crédito
através do Pronaf, no Banco do Brasil e pelo sistema troca-troca do Governo do
Estado para a edificação de armazéns dotados de silos-secadores em condomínios
agrícolas.
Nesse contexto, o novo Plano Nacional de
Armazenagem (PNA) em gestação no Ministério da Agricultura precisa contribuir
decisivamente para a redução do déficit. O presidente da Federação espera que o
grupo de trabalho constituído por representantes do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério dos Transportes, entidades do setor
e iniciativa privada, formule uma política de ação com urgência.
A questão da armazenagem está prevista no
Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 que prevê R$ 18 bilhões de investimento e
crédito em condições especiais para a compra de máquinas e equipamentos, para
irrigação, estocagem, adequação ambiental da propriedade, estufas, galpões,
instalações.
Pedrozo julga positivo o plano agrícola
estabelecer diretrizes para uma melhor distribuição geográfica e ampliação do
parque de armazenagem para atender o crescimento da produção agrícola nacional.
Contempla o estoque relacionado a todas as cadeias produtivas, mas será
desenvolvido em duas etapas, sendo a primeira de grãos e fibras e a segunda
para os demais produtos, cujas demandas encontram-se em fase de levantamento
junto as Câmaras Setoriais.
O Ministério criou foros de interlocução
para a identificação de oportunidades de desenvolvimento das cadeias produtivas
e definição das ações prioritárias de interesse para o agronegócio brasileiro.
Foi implantado um subcomitê para o diagnóstico do sistema e redefinição do
setor de armazenagem de grãos e fibras, tendo como referência inicial o
cadastro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que deverá estar
concluído na segunda quinzena de julho.
O presidente da Faesc considera que é
essencial um diagnóstico da situação atual de armazenagem no Brasil com avaliação da capacidade estática,
distribuição geográfica, por entidade, localização e proprietário. O Governo
Federal estuda a interface do setor com o de transportes, a projeção de demanda
futura para definir as ações do PNA.
OPERADOR DO MERCADO
O dirigente observa que o programa para
apoiar a construção de armazéns nas propriedades agropecuárias também foi
anunciado pelo Ministério da Agricultura como medida integrante do Plano Safra
anterior (2010/2011) para dar mais autonomia aos produtores e pequenos
empresários rurais, mas ainda não teve a efetividade desejada.
Para o presidente da Faesc, o programa
precisa transformar o produtor rural em um forte operador do mercado para não
ficar obrigado a vender no pico da Safra com preços deprimidos: poderá
comercializar a produção na entressafra, quando os valores são mais compensatórios.
Pedrozo também considera positivo o
estímulo financeiro aos produtores que adotam práticas agronômicas que aumentam
a produção e preservam o meio ambiente, empregando a chamada de “agricultura de
baixo carbono” (ABC). Essa poderá ser a contribuição do setor ao cumprimento
das metas de Copenhague, “a agricultura que preserva e aumenta a produção de
alimento”.
Postado por Matheus,
Horário: 17:23,
Data: 12/07/12.
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