Medidas emergenciais para garantir o
suprimento de milho ao vasto parque agroindustrial catarinense foram
reivindicadas ao ministro Mendes Ribeiro Filho, da Agricultura, pelas
principais entidades de representação do setor – a Associação Catarinense de
Avicultura (ACAV) e o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa
Catarina (Sindicarne).
As entidades mostram que o Estado é um
grande e eficiente produtor de carnes de frango e de suínos. O modelo integrado
à agroindústria é responsável por cerca de 40 mil empregos diretos e pela
atividade de cerca de 17 mil produtores catarinenses. Enfatizam que o insumo
fundamental para este segmento é a ração, formada basicamente de milho (70%) e
soja (30%), cabendo às agroindústrias fornecerem a ração.
O presidente do Sindicarne, Clever
Pirola Ávila, realça que a produção de milho no Estado é insuficiente para
atender a demanda dos setores. A solução disponível é a importação do produto
de outras regiões, o que acarreta no aumento de tributação e no acréscimo do
custo em transporte e logística associada.
Outro produto de grande demanda é a
soja, atualmente com baixa disponibilidade para o mercado interno porque 90% da
produção estão negociados para exportação, o que afeta diretamente o preço:
hoje, a saca de soja no porto custa R$ 70,00 e a tonelada do farelo de soja,
cerca de R$ 1.100,00.
A ACAV e o Sindicarne pediram a
intervenção do Ministério da Agricultura para adotar medidas urgentes de apoio
ao setor de suínos e aves. Entre elas, os mecanismos de apoio à comercialização
através de realização de VEPs e PEPs visando o abastecimento de milho e soja
com qualidade para uso em ração animal. Nesse aspecto, reclamam que as Portarias Interministeriais nº143 e 144 não incluíram a
agroindústria como adquirente/beneficiaria. Outra medida reivindicada é a
criação de um programa de subsídio no frete para transporte de grãos importados
dos outros Estados.
REDUZIR EXPORTAÇÃO
Clever Ávila considera imprescindível à
interferência do Governo Federal para regular o volume de exportação da soja,
visando abastecimento do mercado interno do produto, principalmente a produção
animal.
Outra demanda do setor é a desoneração
de encargos da folha de pagamento e outros incentivos que viabilizem a
continuidade das atividades e fazem parte do agronegócio brasileiro, “cuja
contribuição à Balança Comercial é imensa”.
“É essencial para Santa Catarina a
adoção de medidas que tornem menos onerosa a aquisição desses insumos para a
conversão proteica. Tais ações não devem se concentrar em apenas uma área, mas
devem incidir tanto em medidas tecnológicas de produção, quanto socioeconômicas,
passando por soluções em transporte e estocagem, de curto, médio e longo prazo”.
A ACAV e o Sindicarne sustentam duas
reivindicações no plano estadual: o diferimento do ICMS na aquisição dos grãos
para agroindústrias, produtores e cooperativas de aves e suínos e a criação de
um Programa Estadual de Aumento da Produção de Milho, por meio de pacotes
tecnológicos, visando aumentar a produtividade de seis ton./ha para 10 ton./ha.
Ainda, o aumento da capacidade de armazenagem do produto.
“A permanência desse quadro significa
forte incremento no custo de produção de aves e suínos no território
catarinense e consequente perda de competitividade da agroindústria
barriga-verde”, encerra o dirigente.
Postado por Matheus,
Horário: 23:24,
Data: 24/07/12.
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