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terça-feira, 12 de junho de 2012

OAB quer solução para problemas do Fórum da Comarca de Chapecó

A Subseção de Chapecó da Ordem dos Advogados, após um ano de reuniões com desembargadores, juízes, escrivães, servidores e oficiais de justiça, indicou sua conclusão sobre a morosidade no andamento dos processos no Fórum da Comarca de Chapecó. A iniciativa decorre da insatisfação dos advogados e da população e busca uma solução que dê agilidade aos processos da Justiça estadual. A falta de juízes e de servidores, que ocasiona demora excessiva nos julgamentos, é o argumento principal da entidade e serve de motivação para reivindicar, no mínimo, mais três titulares no Foro local, para que os resultados da Justiça, como serviço público essencial, tenham maior agilidade. 
Conforme a instituição, o panorama da estrutura do judiciário estadual em Chapecó exige medidas para dar maior celeridade aos julgamentos realizados especialmente pela área Cível, que trata de processos que envolvem litígios sobre contratos, cobranças e questões de família. Atualmente a estrutura do Foro local consta de 12 Varas, que são quatro cíveis, três criminais, duas da Família e Sucessão, uma da Fazenda Pública, uma da Violência Doméstica e o Juizado Especial Cível. Faltariam, atualmente, quatro juízes para que todas as Varas tivessem um responsável titular. 
A constatação da OAB, mesmo depois da instalação da Quarta Vara Cível, do Juizado Especial da Violência Doméstica e da Segunda Vara da Família, no final de 2010, é de que faltam juízes e servidores para as vagas criadas e não lotadas. No mínimo, indica a Ordem, deveria haver um para cada Vara e quatro ou cinco colaboradores. “Minimamente, precisaríamos de mais quatro titulares e dois colaboradores”, indica o advogado Ricardo Antônio Cavalli, presidente da Subseção. Atualmente faltam titulares para a Terceira Vara Cível, para a Vara da Violência Doméstica e para a Segunda Vara da Família.
Um dos argumentos da Ordem dos Advogados é que a falta de juízes em algumas Varas tem criado uma profunda insatisfação das pessoas que necessitam de medidas urgentes nos seus processos. “Faltam juízes e servidores, por isso no contexto geral a justiça não consegue dar uma resposta rápida ao cidadão”, lamenta o presidente da OAB Chapecó. 

Rotatividade de juízes

Uma situação que contribui para a demora no julgamento de processos é a rotatividade na Comarca. Levantamento da OAB mostra, por exemplo, que entre o final de 2011 e o inicio deste ano, três juízes passaram pela Terceira Vara Cível, que tem o maior número de processos acumulados na Comarca, e o que permaneceu em Chapecó por mais tempo atuou por 90 dias. Isso ocorre porque muitos vêm para a região Oeste em situação transitória, voltados à progressão na carreira, visualizando atuar no Tribunal de Justiça ou em comarcas mais próximas ao Litoral.
Diante da situação, a OAB defende a aplicação efetiva do processo de interstício, já implantado pelo Tribunal, e através do qual um juiz deve permanecer por dois anos onde for lotado. “A rotatividade e a falta de juízes e de servidores para os cartórios judiciais influi expressivamente na eficiência e rapidez na prestação da Justiça, que é um serviço público essencial ao cidadão”, afirma Cavalli.
Além de juízes e outros servidores, a Subseção defende como urgente a instalação em Chapecó da Segunda Vara da Fazenda. Essa área é considerada uma daquelas que apresenta maior repercussão social nos processos, pois atua sobre acidentes do trabalho, ações de usucapião, execuções fiscais e ações de indenização contra o Estado e municípios. Hoje essa Vara possui mais de oito mil processos e segundo o presidente da Subseção da OAB não entrou em colapso graças ao trabalho sistemático e comprometido conduzido pelo juiz Selso de Oliveira, juntamente com os colaboradores.

Cada Vara, um juiz

Mesmo diante de audiência mantida em 14 de abril com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (TJSC), desembargador Claudio Barreto Dutra, não foram indicadas soluções substanciais para as necessidades da Justiça estadual em Chapecó, lamenta a OAB. Apesar dos argumentos da Subseção, o Tribunal negou a possibilidade de nomear mais juízes titulares e colaboradores, justificando com o argumento da escassez. Com 12 Varas atualmente, o Fórum de Chapecó necessita mais quatro titulares e, no mínimo, um colaborador para cada duas Varas, entende a OAB. Para Ricardo Cavalli, “onde existe uma Vara da Justiça sempre tem que ter um titular e um colaborador”. 
A OAB tem discutido a questão com o diretor do Fórum de Chapecó, juiz Ermínio Amarildo Darold, que tem buscado otimizar o trabalho com a estrutura existente e, em trabalho de apoio a demandas de interesse mútuo, vem debatendo com o Conselho Deliberativo da Subseção as razões e possíveis soluções para a morosidade dos processos. O diretor também esteve com Ricardo Cavalli na audiência com o presidente do TJSC, para expor os problemas da Comarca. Conforme o presidente da Subseção, “há o compromisso do diretor de buscar soluções, mas para ocorrer à melhora substancial as medidas dependem exclusivamente do Tribunal de Justiça”.
A OAB de Chapecó indica que continuará cobrando providências do Tribunal, ao mesmo tempo em que iniciará movimentação perante as entidades representativas da região e agentes públicos. Especialmente, tratará com os deputados estaduais, para que conheçam a realidade da prestação da Justiça na Comarca de Chapecó e, quando tramitarem projetos de lei que aumentem o número de funcionários do judiciário, atuem em favor da ampliação do quadro funcional.


Postado por Matheus,
Horário: 19:54,
Data: 12/06/12,
Fonte: Extra Comunica.

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