Os procedimentos através de cirurgia
videoartroscópica têm apresentado inúmeras vantagens na ortopedia de ombro.
Entre os benefícios, são apontados a curta internação hospitalar, menor agressão
à anatomia (musculatura e estruturas nobres do ombro), menor intensidade de
dor, estética (menor cicatriz), início precoce da fisioterapia, retorno mais
rápido às atividades, baixo índice de complicações e chance de melhor resultado
pós-operatório.
“A videoartroscopia permite que o
cirurgião visualize todas as estruturas do ombro de forma ampliada. As
estruturas consideradas normais podem ser avaliadas por mais de um ângulo para
se ter certeza de que estejam realmente normais. No caso de visualizar alguma
outra alteração, o tratamento poderá ser feito na mesma cirurgia”, afirma o
médico ortopedista e traumatologista, Joaquim Reichmann.
A cirurgia videoartroscópica, também
chamada de artroscopia, é um procedimento que inicialmente surgiu como um meio
de fazer diagnóstico. No entanto, com o desenvolvimento de novos materiais,
pinças e maior habilidade do cirurgião passaram a ser uma técnica cirúrgica.
O procedimento, feito através de cortes
de meio centímetro com uma mini câmera digital (artroscópio), pode ser aplicado
na ‘síndrome do impacto’, lesão do manguito rotador e luxação do ombro. “Entre
as vantagens estão à ausência de desinserções musculares, cicatrização mais
rápida e reabilitação precoce. O tempo médio de permanência hospitalar é de
quatro a seis horas”, salienta o médico.
Sobre a necessidade efetiva da
utilização do procedimento de videoartroscopia para tratamento de doenças,
Reichmann adverte que, mesmo sendo uma cirurgia menos agressiva, o correto é
sempre tentar primeiro o tratamento medicamentoso e fisioterapêutico. “A
cirurgia deve ser feita quando os medicamentos e a fisioterapia não obtiverem
sucesso”.
Antes da cirurgia, o paciente deve ser
avaliado pelo anestesista no consultório para saber se pode passar pelo
procedimento cirúrgico com segurança. A anestesia é feita através de um
bloqueio próximo ao ombro associado à anestesia geral em doses bem leves.
Após o procedimento, a dor costuma ser
leve e alivia com uso de analgésicos e bolsa de gelo. O paciente utiliza uma
tipoia simples e pode retirá-la de acordo com orientações específicas e o tipo
de patologia. Há necessidade de fisioterapia no pós-operatório, variando o
início e a duração de acordo com a gravidade de cada caso.
RESULTADOS
Em média 90% dos procedimentos têm
resultados excelentes ou bons. No entanto, ele enfatiza que o próprio paciente
tem papel fundamental na recuperação. “É imprescindível que faça as consultas e
fisioterapia pós-operatória, respeite o período de repouso e tenha motivação
para buscar a cura. A melhora é gradativa, contínua, e o resultado final pode
levar alguns meses”.
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