A infraestruturação do oeste
catarinense, o fortalecimento das classes empresariais e o desenvolvimento
harmônico da comunidade compõe o quadro de prioridades da Associação Comercial
e Industrial de Chapecó (ACIC) no seu 65o aniversário de fundação, festejado
neste mês de maio. Presidida por Maurício Zolet, a entidade atinge plena
maturidade institucional e com prestígio e reconhecimento em todo o sul do
Brasil.
Zolet nasceu em Chapecó em 16 de
janeiro de 1966, tem 46 anos, é pai de dois filhos (Débora e Eduardo) e casado
com Rosangela Huk Amarante. Graduou-se engenheiro agrônomo, pós-graduou-se pela
Fundação Getúlio Vagas em Gestão Empresarial e Unochapecó em Desenvolvimento
Gerencial. É diretor da Zolet Fotografias e sócio da Zolet Imóveis. Teve ampla
atuação na ACIC, foi diretor administrativo nas gestões 2000/2001, 2008/2009 e
vice-presidente na gestão 2010/2011. Integra o Conselho de Desenvolvimento
Econômico e o Conselho de Desenvolvimento Territorial de Chapecó.
Em que condições
institucionais e organizacionais a ACIC chega ao 65o ano de fundação?
Maurício Zolet – A ACIC completa 65
anos como uma das mais respeitadas entidades empresariais de Santa Catarina,
reconhecida por sua atuação independente e apartidária, orientada pelos
interesses da comunidade e motivada pela defesa da liberdade econômica, pela
igualdade de oportunidades e pela representação dinâmica dos empresários e
demais classes produtoras de Chapecó. Dispomos de estrutura própria, uma diligente
equipe de colaboradores, um quadro diretivo de alta representatividade,
incluindo a Diretoria Executiva, o Conselho Deliberativo e o Conselho
Consultivo, além de um quadro social com empresários e empreendedores de todas
as áreas da atividade econômica que representam 85% do PIB chapecoense.
O que mudou na
atuação da ACIC nessas seis décadas e meia?
Zolet – Na essência, os
ideais e os compromissos são os mesmos. Quando o pioneiro Serafim Enoss Bertaso
fundou e presidiu a ACIC nos idos de 1947, as questões que envolviam a economia
local e regional eram de relativa complexidade e as ações se voltavam para a
integração do “Velho Chapecó” ao território catarinense, eis que era uma região
abandonada, distante da capital, cujos habitantes nutriam forte vinculação ao
Rio Grande do Sul e quase nenhuma a Santa Catarina. Hoje essa situação mudou: o
oeste está integrado ao território, à cultura, à comunicação social e à
política catarinense. Agora, a atuação da ACIC se volta para a defesa técnica e
política do empresariado e para a sustentação de importantes bandeiras de
interesse regional, como a infraestruturação do oeste.
Ao contrário do que
muitos pensam, a ação da ACIC tem forte conteúdo social, comunitário e
político, porém não partidário!
Zolet – Exatamente,
cumprimos um papel político – que não é e jamais será partidário – mas que
convoca o cidadão que há por trás de cada empresário para exercer seus
direitos, participar e dar sua cota de contribuição, exigir maior diligência
dos órgãos públicos, maior eficiência do administrador público e justiça fiscal
do Estado. Atuando nesta direção, contribuímos para erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades regionais.
Quais são as metas de
alta prioridade da ACIC para este biênio?
Zolet – Do setor privado
queremos a conscientização e a participação cada vez maior dos empresários nas
ações e mobilizações que promovemos. Do setor público queremos mais
investimentos no grande oeste de SC. Sustentaremos importantes bandeiras, entre
elas, a recuperação da rodovia BR-282 com a duplicação ou construção da
terceira pista, duplicação do acesso rodoviário norte, construção das ferrovias
leste-oeste e norte-sul, modernização do aeroporto Serafim Bertaso que se
encontra em fase de obras e criação de um novo parque de exposições multiuso.
O parque multiuso é
um projeto arrojado e totalmente novo na esfera de atuação da entidade?
Zolet – Em face das
demandas das feiras técnicas e das feiras de massa surgiu, ainda na gestão do
presidente João Carlos Stakonski, a necessidade de um novo parque de
exposições. Com a assessoria da arquiteta Márcia Damo elaboramos estudos e
projeto para um moderno e infraestruturado parque multieventos, contemplando
pista de automobilismo, kart, arrancada, rodeios, motociclismo e arena
multiuso, entre outros equipamentos.
O Projeto Chapecó
MultiParque resulta do fato da ACIC ser protagonista de grandes eventos e da
importância econômica das feiras para a região?
Zolet – A ACIC promove ou
apoia importantes eventos e grandes feiras e exposições, como a Expen, Ercoex,
Mercoagro, Mercoláctea, Efapi etc. As feiras dinamizam a econômica, geram
empregos, oportunizam negócios e fortalecem a posição de Chapecó e do oeste na
contextura nacional e internacional. O aumento da complexidade desses eventos
requer um novo e estruturado espaço, o que pretendemos conquistar mediante
parceria público-privada nos próximos anos.
A segurança pública
em Chapecó tem sido uma questão de permanente atenção da ACIC. Ela continua na
pauta de reivindicações?
Zolet – Tivemos melhorias
parciais que se constituem em avanços, mas não solucionam a problemática.
Obtivemos progresso de relativa importância, com aumento do efetivo e de
equipamento. A ACIC intensificará a defesa pela ampliação de investimentos
porque nós queremos o fortalecimento do aparelho de segurança pública de
Chapecó com recursos materiais e humanos para neutralizar o crescimento da
criminalidade e da violência no município. Na área da Polícia Militar,
reivindicamos a formação de novas turmas de policiais militares para preencher
as vagas existentes na corporação local, entre outros itens. Na esfera da
Polícia Civil, os pedidos são, basicamente, de reforço no efetivo na forma de
delegados, investigadores e escrivães.
Por que a campanha
por ferrovias se tornou uma questão de vida ou morte para o grande oeste
catarinense?
Zolet – Porque se trata,
realmente, de uma questão de vida ou morte: a permanência das agroindústrias no
oeste catarinense dependerá da construção da ferrovia intraterritorial leste-oeste
(ligando a região produtora aos portos catarinenses) e ferrovia interestadual
norte-sul (ligando Chapecó ao Mato Grosso do Sul). A região importa mais de dois
milhões de toneladas desse grão por ano e necessita de uma ferrovia para unir
os dois polos (oeste de SC e Brasil central) – levando o alimento
industrializado para as grandes cidades e trazendo, principalmente, milho e
soja. A ausência de ferrovia está retirando a competitividade regional e
fazendo empresas catarinenses migrarem para o centro do país. O custo de
transporte, caso mantenha-se a atual matriz, deverá inviabilizar grandes
empreendimentos do agronegócio catarinense. O transporte rodoviário para longas
distâncias e grandes volumes não se sustenta no longo prazo pelo seu componente
de custos.
Também é de vital importância para a
cadeia produtiva da avicultura a ferrovia leste-oeste, também chamada de
“Ferrovia do Frango”, ligando a região produtora com os portos catarinenses.
Todo transporte está baseado em rodovias, as quais são gargalos em SC pelo
subdimensionamento, congestionamento, morosidade, etc., que propiciam consumo
excessivo de combustíveis, muitos acidentes, custos altos e um impacto
ambiental desnecessário.
Postado por Matheus,
Horário: 15:21,
Data: 27/05/12,
Fonte: MB Comunicação.
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