O Fórum em Defesa da Vida, por Justiça
e Democracia, constituído por 52 entidades da sociedade civil de Chapecó e
região, em audiência, no dia: 16/03/2012, com promotores do Ministério Público
que cuidarão da investigação do assassinato do Vereador e cidadão Chapecoense
Marcelino Chiarello, ocorrido no dia 28 de novembro de 2011 traz a partir
desta, as informações sobre a audiência.
Membros do fórum que participaram da
reunião tiveram a oportunidade de expor suas preocupações em relação ao
processo de investigação, até então encaminhado pela Polícia Civil de Chapecó e
pela Secretaria de Segurança Pública de SC.
Um primeiro ponto destacado foi em
relação à produção de laudos pelo IGP de Florianópolis. Nesse sentido, um
questionamento presente no documento entregue aos promotores destaca a presença
no inquérito de um laudo, sem ter sido solicitado pelos delegados, produzido
pelo professor Zulmar, membro do Instituto, que fecha a questão em suicídio, com
muitas contradições presentes para comprovar tal versão. Outro laudo presente
no inquérito da PC é o produzido por três peritos, também de
Florianópolis, que não fecha a questão nem por suicídio, nem por homicídio, mas
faz vários apontamentos em relação à possibilidade de suicídio. Este,
também cabível de vários questionamentos, principalmente na questão que analisa
os sulcos, tratando da seguinte forma: que um dos sulcos, ou marca no pescoço
poderia ter sido produzido no deslocamento ou transporte do corpo até o IML.
Versão essa que já é totalmente descartada pela medicina legal, sendo
impossível produção de marcas quando cessada a circulação sanguínea, ou seja,
para que isso fosse possível Marcelino, ao ser conduzido ao Instituto Médico Legal,
precisaria ainda estar apresentando sinais vitais.
A atuação do Instituo Geral de Perícias nos causa estranheza:
Não tendo consistência a consolidação
da tese de suicídio que busca reafirmar de todas as formas, o mesmo
órgão, segundo a imprensa estadual está solicitando um quarto laudo para equipe
de São Paulo. Lembramos que a polícia já encerrou o inquérito, e agora quem
investiga é o Ministério Público Estadual. Qual interesse tem o IGP em
manter-se “investigando” e produzindo laudos? O IGP investiga a revelia de quem
preside o inquérito? Após a análise de cinco legistas, qual a intenção do IGP
com novo laudo?
Outra questão levantada pelos membros
do Fórum presentes na reunião foi em relação às perícias do telefone, já
divulgadas pela imprensa local, em entrevista coletiva concedida pelos
delegados que esclareceram o procedimento do IGP. Novamente questionamos o
encaminhamento feito por este órgão em relação a esta perícia, que deixou
passar o prazo cabível para averiguar e identificar todas as ligações presentes
no telefone.
Outro fator levantado foi em relação a
não quebra de sigilo telefônico de pessoas que tiveram relação com as denúncias
que o vereador vinha encaminhando.
Após terem ouvido a posição dos
promotores em relação à isenção dos mesmos quanto ao processo de investigação,
seu compromisso em continuar e aprofundar o processo de investigação, os representantes
e membros do Fórum colocaram-se à disposição do Ministério Público, e saíram
com uma grande expectativa de que este assassinato seja efetivamente
esclarecido.
Postado por Matheus,
Horário: 01:11,
Data: 17/03/12,
Fonte: Francelise Martini.
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