A proposta de uso do trigo na nutrição
animal para amenizar a escassez de milho foi bem recebida pelas classes
produtoras. O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa
Catarina (Ocesc), Marcos Antônio Zordan, considera a medida positiva, mas
alerta para a necessidade de um programa de incentivo que estabeleça condições
de preço, armazenagem e distribuição.
A previsão de quebra na safra de milho
originou a pressão para o uso do trigo na ração animal. Por isso, o Ministério
da Agricultura promoverá leilões para a venda do cereal. As expectativas das
entidades representativas do agronegócio – especialmente aquelas ligadas à
produção de aves e suínos – são de que, numa primeira etapa, pelo menos 500 mil
toneladas de trigo sejam incluídas no mecanismo de leilões da Companhia
Nacional de Abastecimento.
Zordan observa que a utilização do
trigo na alimentação animal é uma alternativa viável em face da escassez de
milho e da oferta de trigo no mercado. O Brasil consome mais de 10 milhões de
toneladas de trigo, produz a metade e importa cinco milhões de toneladas da
Argentina, Canadá e Rússia.
Santa Catarina, por outro lado, importa anualmente cerca de dois milhões
de toneladas de milho. Neste ano de 2012, em face da estiagem que assola as
áreas produtoras, a importação pode chegar a três milhões de toneladas.
“Está faltando milho e há possibilidade
de uso do trigo disponível no Brasil e no mercado internacional, mas é
necessário estabelecer políticas para uso do trigo no arraçoamento dos
plantéis”, expõe o dirigente. Lembra que o cenário de alta dos preços do milho
e baixa oferta deve persistir, exigindo alternativas de suprimento do grão.
POSSÍVEL
O presidente da Ocesc calcula que Santa
Catarina necessitará de 600 mil toneladas de trigo se adotar a indicação de
substituição parcial do milho. O Estado abate cerca de 700 milhões de aves por
ano.
Marcos Zordan informou que as
cooperativas fizeram testes para substituição parcial (em 20%) do milho por
trigo utilizado na formulação das rações para aves. Habitualmente, o milho
representa 65% da composição das rações para aves. Os resultados indicaram uma
conversão (transformação da ração em carne) menor, o que significa aumento dos
custos totais de produção.
A conclusão, de acordo com os testes, é
esta: o uso parcial do trigo na formulação da ração para aves se torna viável
se a diferença de preço entre os dois insumos for maior que 10% - ou seja, o
milho custar 10% mais caro que o trigo.
Postado por Matheus,
Horário: 16:30,
Data: 10/02/12,
Fonte: MB Comunicação.
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