O longo período de estiagem que acomete
especialmente as regiões oeste e extremo-oeste catarinense está trazendo
consequências que prejudicam toda a cadeia produtiva do agronegócio
catarinense. Atualmente, segundo a Defesa Civil Estadual, a estiagem afeta 346.569
moradores em 37 municípios que decretaram situação de emergência. No campo, os
prejuízos chegam a 400 milhões. Segundo previsões da Epagri, a seca deve seguir
até o mês de fevereiro.
“A situação está produzindo efeitos
colaterais não somente ao produtor, mas também naqueles que não sofrem
diretamente com a seca. Percebemos alterações no preço do suíno, das aves e de
insumos como o milho, trigo e a soja internacional, o que tira a rentabilidade
de toda a cadeia produtiva de carnes”, destaca o vice-presidente da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri.
Os prejuízos decorrem do aumento do
custo de produção dos suínos e aves, redução do peso médio dos planteis e perda
de insumos – especialmente pelo aumento do preço do milho – principal insumo
utilizado nas rações. Somente nesta cultura, as perdas somam 40% da produção
nas regiões atingidas no Estado. Considerado um dos cereais mais importantes do
mundo e o principal insumo das cadeias produtivas de aves e suínos, o cereal
penalizou as agroindústrias com a escassez em 2011. A situação obrigou o setor
agroindustrial catarinense a adquirir maiores quantidades na safra e safrinha
do milho de outros Estados brasileiros, além de importar o grão para suprir a
demanda interna. “A estiagem agrava o quadro, provocando necessidade de buscar
maiores quantidades do grão em outras regiões”.
Em São Miguel do Oeste, os prejuízos
chegam a 70% no feijão e entre 25 e 40% na produção de leite. Em Chapecó, 40%
da produção de leite também está comprometida. A ausência de chuva afeta
diretamente a qualidade do pasto, principal fonte de alimento do rebanho e
essencial para engorda dos animais para o abate. "Além de prejudicar
produtor e agroindústria, afetará o consumidor final que vai pagar por isso no
momento da compra dos produtos no supermercado”, relata Barbieri.
Postado por Matheus,
Horário: 21:57,
Data: 05/01/12,
Fonte: MB Comunicação.
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